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Mudanças na Meta Geram Preocupações sobre Ambiente Tóxico e Riscos para Marcas

Written by Marketing uMode | 27/01/2025 18:34:27

As alterações anunciadas pela Meta em suas políticas de checagem de conteúdo, reduzindo a moderação de postagens, causaram inquietação entre profissionais de marketing e publicidade. A justificativa de Mark Zuckerberg, CEO da companhia, é promover a “livre expressão” em suas plataformas, deixando de contar com serviços que removiam desinformação e mensagens ofensivas. Na visão do mercado, porém, o resultado pode ser um cenário bem mais inseguro para os anunciantes.

Profissionais do setor digital temem que a diminuição da moderação exponha as marcas a conteúdos tóxicos ou até mesmo criminosos. Para May Emilio, executiva de negócios da Toast, essa escolha da Meta “desafia a confiança das marcas nas plataformas, especialmente em um momento onde o brand safety é uma prioridade estratégica”. Ela classifica a decisão como um “retrocesso preocupante” que pode gerar associações das marcas a discursos nocivos, impactando diretamente a reputação e a confiança dos consumidores.

A justificativa de Zuckerberg para reduzir a checagem de conteúdo é a busca por ambientes com menos “censura”. No entanto, Adilson Batista, CIO da Cadastra, aponta que a falta de moderação pode abrir espaço para discursos de ódio, fake news e teorias da conspiração. Esse risco é elevado pelo fato de a Meta planejar substituir a checagem por “notas da comunidade”, algo similar ao modelo adotado pelo X (antigo Twitter).

Em termos políticos, há quem note um paralelo com a postura recente do X, liderado por Elon Musk, que passará a comandar um novo departamento de eficiência governamental no governo de Donald Trump. Para Fernando Moulin, professor e especialista em transformação digital, os resultados comerciais do X após mudanças em sua política de regras foram “frustrantes”. Ele acredita que a Meta precisará explicar como marcas e anunciantes poderão evitar um ambiente tóxico, ainda mais num contexto de saúde mental fragilizada.

Lilian Prado, country manager da ShowHeroes, reforça que marcas buscam segurança e responsabilidade editorial nos espaços onde anunciam. Caso a Meta não ofereça garantias mínimas, pode haver migração dos anunciantes para outras plataformas que promovam um ambiente mais confiável.

A tensão entre “liberdade de expressão” e moderação de conteúdo não é nova nas redes sociais. O que se questiona, agora, é se a nova postura da Meta poderá resultar em consequências negativas para anunciantes, usuários e criadores de conteúdo – justamente num momento em que a reputação e o brand safety estão em jogo mais do que nunca.

Fonte: https://www.meioemensagem.com.br/midia/mercado-ve-mudancas-da-meta-como-retrocesso-e-risco-para-as-marcas