A indústria da moda reinventa-se dia após dia e com a chegada do coronavírus não seria diferente. Após registrada uma queda no faturamento, paralela ao aumento de pessoas em isolamento social e trabalhando em home office, os profissionais da moda buscaram alternativas para amenizar o impacto causado pela pandemia no setor. A criação do tecido antiviral justifica-se, em parte, por essa preocupação.
Pensando também no bem-estar do público geral e no papel crucial da moda na resolução de conflitos, as marcas têxteis não demoraram a apresentar soluções tecnológicas contra diferentes tipos de doenças, principalmente a Covid-19. Diversas companhias estão lançando seus tecidos e estilistas desenhando suas coleções buscando agradar os consumidores ao combinar proteção, conforto e estilo.
Quer entender melhor sobre o tecido tecnológico, novo queridinho da indústria, e seu papel na proteção contra o coronavírus? Continue a leitura!
Algumas marcas têxteis estão trabalhando na confecção de tecidos antivirais como forma de prevenção contra o novo coronavírus. A empresa catarinense Dalila têxtil apostou na novidade e criou malhas que prometem ser eficazes, não somente contra a Covid-19, como também contra vírus da herpes, influenza, adenovírus humanos, norovírus e enterovírus.
A engenharia do tecido consiste em usar partículas de prata que inibem a ativação do vírus na malha, resultando na diminuição da capacidade infecciosa nas células. O acabamento já foi testado em laboratório independente, seguindo as normativas científicas, e foi constatado que o “poder protetor” do tecido dura até vinte lavagens.
A Rhodia, referência de indústria química inovadora focada em sustentabilidade, também apostou na criação de um tecido antiviral. Mas, em seu caso, a tecnologia é inserida no polímero que, futuramente, dará origem ao fio de poliamida. Portanto, nesse caso, o ativo não se perde com a lavagem nem com o uso. Sua ação antiviral é permanente e promete inativar, em um minuto, 99,99% do vírus, segundo testes realizados.
“Se alguém espirra do seu lado ou coloca a mão na sua roupa, aquele tecido em um minuto inativa o vírus, eliminando o potencial de contaminação cruzada. Essa é uma grande vantagem no momento de retomada das cidades”, de acordo com Renato Boaventura, vice-presidente global da área de fios.
Mas, visando atender todas as necessidades da comunidade em tempos de pandemia, a proteção não é o único item levado em consideração pelos profissionais ao criar uma coleção de moda com tecidos antivirais. O conforto e estilo também contam. Afinal, a tendência de consumo volta-se à cultura home office, onde as pessoas querem estar bem vestidas e, ao mesmo tempo, sentindo-se em casa.
Pensando nisso, a marca J. Boggo destacou-se ao lançar uma coleção inteira em tecido antiviral, onde conseguiu unir segurança, conforto e estilo. Além de usar apenas malha 100% algodão, o estilista Jay Boggo apostou em modelagens inclusivas, que vestem diferentes corpos e estilos.
Em entrevista ao jornal Estado de Minas, Jay comentou sobre a importância da versatilidade nos modelos: “As roupas permitem que as pessoas estejam bem para fazer lives ou reuniões on-line em casa, ao mesmo tempo ir ao supermercado, à farmácia ou até ao trabalho presencial e estarem protegidas de algum jeito”.
Atualmente, entre os tecidos da moda testados com a tecnologia preventiva encontram-se a malha, poliamidas e jeans. E, em todos os casos, é importante frisar que, apesar de ajudar na prevenção contra o coronavírus, o tecido antiviral não funciona sozinho. Portanto, as outras medidas como lavar as mãos, utilizar máscara e manter o distanciamento social continuam valendo.