Anay Zaffalon é formada em Moda com MBA em Retail Management e Fashion System Management, além de ter uma especialização em modelagem. Com quase 20 anos de experiência no ramo, a Chief Innovation Officer – CIO – da U.Mode construiu uma carreira em marcas de luxo da Europa, como Vivienne Westwood, Burberry e Versace.
Em entrevista para o artigo, a profissional alegou em relação à sua experiência na Versace: “Trabalhei para a primeira linha feminina fazendo roupas para celebridades como Angelina Jolie e Lady Gaga”.
Em 2012 voltou para o Brasil e juntou-se à marca AMARO, quando ficou responsável pela área de moda e produtos. Anay disse: “O que fiz na AMARO foi revolucionar a maneira como o brasileiro consome moda. Agora (na U.Mode) quero facilitar a transformação digital para termos um setor competitivo”.
Para ela, a inovação na moda acontecerá por meio de uma migração para o ambiente digital. Sobre o futuro do setor fashion no país, Anay alega:
” (…) a grande transformação ocorrerá por meio da digitalização dos processos de análise, planejamento, criação e desenvolvimento, que hoje ainda são feitos de forma analógica”.
Como é fácil perceber, o mundo passa por uma digitalização em vários aspectos, e não seria diferente com o mercado da moda. “Vender on-line já não é mais significado de modernização e digitalização: já se tornou uma obrigação para atender aos clientes que também consomem na Internet”, enfatizou a CIO.
Anay disse que a grande revolução acontecerá quando as marcas conseguirem interpretar os desejos dos clientes através de feedbacks e interações em social media. Por meio das redes sociais, é possível absorver dados que podem ser úteis para entregar, rapidamente, diferentes tipos de coleção de moda. Os grandes nomes estão atualmente “correndo contra o tempo” para adaptar-se ao “novo consumidor”, investindo em tecnologia, engajamento e visando inovação.
Um exemplo desse cenário é a adaptação contínua das marcas em que Zaffalon trabalhou, seja para uma forma mais sustentável ou mais tecnológica de produção. A Vivienne tem um foco muito grande em sustentabilidade e slow-fashion; a Burberry é a marca de luxo mais digital do mercado: foi a primeira a lançar um e-commerce próprio e interações com alto engajamento em mídias sociais, desde o início dos anos 2000. A Versace aposta em looks mais modernos e no rejuvenescimento da marca, mas ainda com dificuldade de ser omnichannel e digital. A marca AMARO, conhecida por entregar as últimas tendências, agora foca na coletividade, trazendo marcas direct-to-consumer, com uma grande chance de tornar-se o “cool destination” da moda na América Latina.
Para a profissional, a U.Mode representa o primeiro passo para a transformação digital no setor. A plataforma executa os processos de planejamento, criação e desenvolvimento de coleções. Há anos, quando ela trabalhava em uma empresa tradicional, o ambiente demonstrava ser menos desafiador. Ela enfatiza: “O ambiente de startup requer muita energia pois é necessário criar tudo, desde a marca, até a maneira como organizamos os arquivos no servidor. Isso requer uma mente estratégica e, ao mesmo tempo, muita mão na massa”.
Dentro da rotina na U.Mode, o maior desafio é apresentar uma ferramenta totalmente inovadora, capaz de transformar o setor e deixá-lo mais profissional e eficiente. A expectativa da empresa é melhorar a forma como os brasileiros fazem moda, ao conectar todas as áreas necessárias nos processos de produção.