Os índices de problemas ambientais e climáticos crescem anualmente e preocupam a população mundial. Nesse contexto, a indústria da moda é uma das mais poluentes e prejudiciais. Segundo o relatório “Uma nova economia têxtil: redesenhando o futuro da moda”, de 2017, da Ellen MacArthur Foundation, a cada segundo, cerca de um caminhão de lixo com produtos têxteis é descartado em aterro sanitário ou queimado. Além disso, estimativas indicam que, se práticas sustentáveis não forem tomadas agora, até 2050 a indústria da moda sozinha terá consumido ¼ do carbono mundial.
Dados como os relatório acima demonstram como práticas sustentáveis são urgentes para uma coleção de moda total green e sem grandes impactos ambientais. Com isso, diversas marcas estão ganhando força no mercado de sustentabilidade. Além disso, startups estão surgindo para revolucionar e produzir uma moda circular.
Práticas sustentáveis básicas para empresas de moda
Conforme a pesquisa da Ellen MacArthur Foundation, aproximadamente US$ 500 bilhões são perdidos anualmente somente com o descarte incorreto de roupas praticamente sem uso (novas e seminovas). Isso ocorre porque muitas marcas não direcionam sobras de coleções passadas para outlets, lojas de segunda mão ou doações.
As grandes empresas geralmente queimam o que sobrou do estoque ou descartam incorretamente em aterros sanitários. Além disso, muitos consumidores possuem o mau hábito de descartar peças antigas ou que não desejam mais no lixo comum, o que contribui com a poluição dos oceanos e do meio ambiente em geral. Contudo, há quem “nade contra a maré”.
Nos últimos anos, o debate sobre sustentabilidade aumentou e deu fôlego para novas empresas surgirem no mercado da moda com práticas sustentáveis. Isso movimentou a indústria e, a cada ano, ganha mais força e também impulsiona negócios a se reinventarem.
Diversas ações podem ser tomadas, tanto pela indústria quanto pela população, em prol de um mundo mais ecológico. Confira alguns exemplos a seguir:
- Descarte correto de produtos têxteis: caso não seja possível reutilizar, doar, vender ou reciclar a peça, o Sebrae indica o descarte em pontos específicos de coleta, como: Boomera, Eco-Cycle, VG Resíduos, B2Blue, entre outros. O descarte incorreto corresponde a crime ambiental, previsto pela Lei no 12.305/2010;
- Economia de água e energia: peças de moda mais sustentáveis e que necessitam de menos água e energia para serem produzidas são uma boa opção para marcas sustentáveis. O jeans, por exemplo, é um dos tecidos mais utilizados no mercado da moda e um dos mais poluentes. Além de tecido, atualmente a indústria de moda possui outras opções para a fabricação do produto, por exemplo placas de luz solar;
- Upcycling: outra alternativa é a reutilização de peças e tecidos para artesanato, customização e reprodução de peças. Essa alternativa é democrática e pode ser utilizada tanto por consumidores quanto por empresas.
Startups que trabalham em prol da sustentabilidade
Atualmente, existem diversas startups na indústria da moda que trabalham em prol da sustentabilidade, do slow fashion, do consumo e da produção consciente. Para aquelas pessoas ou empresas que não sabem muito bem o que fazer com resíduos têxteis, ou não têm disposição para reutilizar os materiais de cada coleção de moda, uma boa alternativa é optar pelos serviços dessas startups especializadas.
A startup Boomera, por exemplo, é composta por co-criadores em diversos projetos de reciclagem e reutilização de resíduos têxteis da indústria da moda. A partir da economia circular, ela utiliza a metodologia CircularPack®, que é própria da empresa e transforma lixo em novos produtos a partir da tecnologia, do design e de cooperativas de catadores.
Independentemente da startup parceira, é essencial que a indústria da moda torne-se cada dia mais engajada com práticas sustentáveis para construção de diversos tipos de coleção de moda, inclusive a total green. O consumidor também deve ser responsável pelo seu próprio lixo e fazer compras mais conscientes, priorizando empresas engajadas com a sustentabilidade.