A pandemia de Covid-19 transformou radicalmente o varejo de moda, forçando uma migração significativa do físico para o digital. Em 2019, 68% das compras eram realizadas em lojas físicas, mas esse índice despencou para 37% durante o isolamento e, atualmente, 53% das transações acontecem online (Fonte: NP Digital). Essa mudança revela o surgimento de um consumidor híbrido, que valoriza a conveniência do digital, mas ainda busca a experiência sensorial proporcionada pelo ambiente físico.
A pressão por preços competitivos também é um fator determinante. De acordo com o Opinion BOX, 59% dos compradores online priorizam plataformas com descontos agressivos, e 50% consultam até três sites antes de efetuar a compra. Essa busca incessante por valor tem forçado as marcas a repensarem suas estratégias de precificação e a investirem em soluções que otimizem a experiência do cliente.
Nesse novo contexto, a integração entre canais – o modelo “omnichannel” – se torna essencial. Marcas como a Renner têm se destacado ao adotar tecnologias imersivas, como provadores virtuais com realidade aumentada, que ajudam a reduzir a taxa de devolução em até 15%. Essa tecnologia permite que os consumidores “experimentem” produtos virtualmente, aumentando a confiança e melhorando a jornada de compra.
Outro ponto crucial é a personalização. O uso de inteligência artificial para analisar dados de comportamento permite que as marcas criem campanhas personalizadas, reduzindo o ciclo de decisão em cerca de 30%. Essa abordagem, que integra o digital com experiências em lojas físicas, garante que o consumidor se sinta único e valorizado, mesmo em um ambiente altamente competitivo.
A nova jornada do consumidor pós-pandemia exige que as marcas invistam em experiências integradas, onde a agilidade do digital e o toque sensorial do físico se complementem. O desafio é oferecer uma experiência omnichannel que atenda às expectativas de um público que busca praticidade, personalização e conveniência.
Em conclusão, o varejo de moda pós-pandemia apresenta tanto desafios quanto oportunidades. Marcas que investirem na integração de canais, em tecnologias de personalização e em uma experiência de compra fluida estarão melhor posicionadas para prosperar num mercado em constante evolução. A transformação digital não é apenas uma resposta à crise, mas uma oportunidade de reimaginar o futuro do consumo de moda.
Fontes: NP Digital, Opinion BOX, Mercado & Consumo, Vogue Business.